QUEM É SANDRA SANTOS?
Sandra Santos, mulher negra, nascida em Casimiro de Abreu no Rio de Janeiro, bisneta de Ludgério dos Santos, ex-escravo nascido em 1871, fundador do Quilombo Preto Forro, localizado em Cabo Frio com mais de 300 anos de história.
Em 2004, o Preto Forro recebeu a certificação de autorreconhecimento emitida pela Fundação Cultural Palmares (FCP), o que tornou possível os estudos e processos em defesa da comunidade, garantindo a titulação territorial pelo Incra.
Em março de 2012, o quilombo recebeu a titulação definitiva de suas terras.
Sandra seguindo a tradição de sua família na luta por direitos fundou a Casa Mãe Mulher.
Ela que aos cinco anos de idade foi separada dos pais e aos doze anos começou a trabalhar como empregada doméstica onde viveu por 14 anos em condições análogas à escravidão. Apesar das intempéries da vida, Sandra estudou e se formou em Teologia e Serviço Social.
Passou em um concurso público para uma Unidade Socioeducativa na Ilha do Governador onde trabalhou como cozinheira. Quatro anos depois foi transferida para o Centro de Atendimento Intensivo - CAI Baixada - em Belford Roxo, também conhecido como DEGASE. Com a terceirização das refeições, foi realocada para a portaria onde teve contato direto com as mães e familiares dos adolescentes nos dias de visita. Passou a observar diversas violações de Direitos Humanos, a desinformação e sofrimento das mulheres/visitantes sem acesso à banheiro, água potável, informações sobre vestimentas, algumas até sem dinheiro para comer.
“Essas e outras questões nos movem e por isso travamos essa luta junto às mães pela dignidade dessas famílias e pelo respeito aos direitos humanos, fortalecendo mulheres que vivenciaram a maternidade sem a estrutura adequada e, consequentemente, carregaram e carregam diversos fardos sociais. Aqui nós olhamos para as mães. Reconhecer a dignidade da vida dessas mulheres é o nosso objetivo principal”, conta Sandra.
Vencedora em 2019 o Prêmio CLAUDIA, maior premiação feminina da América Latina, na categoria trabalho social.
Em 2021 ficou em primeiro lugar na categoria Práticas Humanísticas no 10º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos.
Ganhadora do Troféu Rosas Negras, realizado pelo Instituto Candaces, pela luta e resistência das Mulheres Negras na garantia dos direitos humanos, cidadania e dignidade humana da população negra. Recebeu também, uma homenagem do Cai - Baixada pelo serviços prestados.
A Casa Mãe Mulher é um coletivo protagonizado por mulheres negras que atuam pelo fortalecimento de mães e familiares de adolescentes em privação de liberdade, que cumprem medidas socioeducativas no Degase.
Aqui nós olhamos para as mães. Reconhecer a dignidade da vida dessas mulheres é o nosso objetivo principal. Travamos essa luta pela dignidade dessas famílias e pelo respeito aos direitos humanos.
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